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quinta-feira, 28 de abril de 2011

...

E o ônibus passa apressado, desviando de pessoas que você já encontrou, já esbarrou ou  talvez nunca viu. Sentado ao seu lado está alguém que pega o mesmo ônibus que você, todos os dias, no mesmo horário e ninguém percebeu. O cobrador poderia ser seu amigo, seu vizinho ou somente o cara que te ensinou o ponto errado na hora de descer.

Pessoas, são só mais um atrapalho se enfileirando nos caixas, nas lojas, na porta do ônibus que você sobe ou desce, obstruindo o caminho e mesmo em meio a tanta gente você se sente só. Não faz parte da multidão. Afinal, uma multidão é uma multidão, eles lá e você aqui, a multidão não se abre para você passar, mas você vê a trilha imaginária  fluindo entre a massa homogênia de braços, pernas e cabelos. A multidão não tem olhos e nem boca, ninguém vê ou diz nada, são cegos, surdos e mudos e só você é diferente, você é um EU, um ponto jogado a esmo num conjunto de outras coisas.

Atropelando pensamentos com os passos apressados na rua esburacada e trombando com mendigos invisíveis. Os sons são de tal forma filtrados que nada é ouvido. O caminhar vira uma perambulação, como se tivesse um imã onde você quer chegar e quando percebe já está lá. O caminho é simplesmente esquecido, despercebido.

Quase nunca você para. Estuda, trabalha, assiste TV, ouve música, joga conversa fora, namora, dorme, anda de ônibus. E a vida vai passando, durante esse percurso ninguém sente o vento, percebe o sol, observa as estrelas no céu, ninguém sorri para você na rua, ninguém ajuda um idoso a atravessar, ninguém diz bom dia, ninguém te enxerga.

E no ônibus, enquanto a cidade passa por você, mil problemas rondam sua mente, onde deveria estar, o que deveria estar fazendo, o barulho dos carros abafa o canto dos pássaros, a viagem torna-se apenas chegada, o caminho é empecilho, atrapalho.

Não somos humanos, somos coisas vagando de um lado para outro, procurando papéis encardidos para por um pouco de comida no prato. Somos todos feitos de desejos efêmeros e você corre atrás da felicidade como se ela fosse algo que pudesse ser alcançada.. como se a felicidade fosse palpável, como se fosse uma coisa pronta, como um macarrão instantâneo...

No ônibus, na calçada, em casa, na vida... talvez tenha chegado a hora de esquecer toda a maluquice, toda a pressa, todo o corre-corre e se questionar o porquê de tudo isso. Talvez tenha chegado a hora em que a multidão virará pessoas de verdade com suas diferenças e semelhanças e que você fará parte dela. Talvez tenha chegado a hora em que você precise apenas se deixar sentir.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A uma flor

Ontem eu vi um Boto,

Sim, um Boto aqui na minha casa,
Direto das águas doces do Pará, 
parou aqui, eu sei, o vi
me fez parar, me fez pensar, nostalgiar


Mas por que parar? Se de boto eu nada sei
nada sei de mais, nada sei de animais.

Só sei de flores, de cheiros e de perfumes

Com Boto eu nem me bato
sei de olfato e de fato nada sei

E o que mais? Mais nada.
Boto é bicho, animal, hora vem, hora volta, interage
Flor, sinto o cheiro e o espinho e no fim murcha... e morre!

domingo, 11 de julho de 2010

Arrogância!

Acho que atirei um software na cruz, não encontro outra explicação!

Todo período é a mesma coisa.. primeiro problemas para usar o Corel Draw para diagramar (aprender a mexer em "tudo" e o computador como sempre travando), depois o Sound Forge para edição de áudio e novamente a mesma coisa. Agora o Adobe Premiere para edição de vídeo. Sorte que sempre tem alguém que sabe mais e te dá aquelas dicas, além de tutoriais, vídeo aulas e afins.

Ahhh, outra ferramenta da internet que quase sempre salva são os fóruns. É, eu disse QUASE sempre, algumas vezes não sou respondida, mas isso é o de menos, as pessoas podem estar ocupadas de mais para perder tempo com principiantes. Até ai tudo bem! mas hoje aconteceu um fato que me deixou realmente irritada.

Um tal de Luiz Moura, me respondeu no fórum de uma comunidade do orkut, nada de mais não é? Claro não fosse ele me criticando. "Básico do básico... Santa ignorancia Mais uma vez o problema está entre a cadeira e o teclado". Foi isso o que ele disse... e a ignorante sou eu não é mesmo? Não vejo problemas em perguntar quando estou com dúvidas, penso que é a melhor forma de me esclarecer, e a dúvida inclusive já tinha sido respondida por outra pessoa antes dele. Mas claro que o suuper profissional conceituado tinha que dar sua opinião. Revidei, óbvio!

"Luiz. É fácil para quem já sabe mexer chegar aqui e criticar quem está começando não é?Ajudar que é bom... Tá feliz agora? Espero q sim. "Básico do básico" será que é pq só estou mexendo no premiere há uma ou duas semanas sozinha e nunca tinha editado nada em lugar algum? E o problema realmente está entre a cadeira e o teclado, no seu caso! Ignorância é o que vc está fazendo... Pense bem, vc já deve ter passado por isso porque tenho certeza que vc não nasceu sabendo! Então se não quer ajudar... guarde seus comentários para você..."

Não quis ser mal educada apesar da vontade enorme que eu tive de mandar ele enfiar a cadeira, o teclado e o super ego dele no C#. Mas me contive, não descontei minha raiva e olha que já venho estressada há alguns dias por causa dessas benditas edições (vide: marijuana man ou minha caixinha de som). Nem o dia de hoje sendo tão especial tirou a raiva que eu estava sentido.

Porém não acabou por aí, desgraça pouca é bobagem e por que me estressar pouco se eu posso ficar realmente irritada?

"Eu não incentico a preguiça. A net está cheia de PDFs e video tutoriais a respeito desse assunto, aprenda a usar o google. e por favor faça um curso básico para não ficar pagando pau nas comunidades."

Quer me irritar mesmo não é? Pior que eu não sei responder, só dá vontade de xingar, mas também não sei xingar, aí da vontade de chorar, que por sua vez me dá sono, que tira minha atenção e aí não consigo ler os tutoriais para não haver necessidade de precisar de alguém como esse idiota!

"¬¬  Tanto sei usar o google como fiz tudo sozinha do trabalho. Apenas apareceu um problema e eu não soube resolver, não vi problema algum em perguntar para quem sabe mais que eu.. não pedi especificamente para vc. Perguntei e fui respondida, pior ficar na dúvida! Preguiça maior seria eu desistir de fazer o trabalho e pagar alguém! E a minha forma de aprender as coisas diz respeito apenas a mim. Se achou ruim não responda! Não vou mais perder meu tempo com vc! Só vim aqui porque estava encontrando dificuldades de principiante, se te incomoda tanto assim, lamento! "

Pensei novamente que iria acabar por aí... e antes de terminar de escrever este post o maldito colocou:
"Por favor faça um curso básico para não ficar pagando pau nas comunidades."

Aí sim fiquei possessa! Sério, tive até que dar uma saída para não socar a foto do imbecil no computador, pensei em um monte de coisas para responder, pensei em não responder porque vi que era isso o que ele queria, me provocar, me irritar, mas não é que ele estava conseguindo, ela já tinha conseguido e era um pouco tarde para ficar calma e calada!

"A comunidade não é sua, não sei onde vc quer chegar com tanta arrogância e não estou mais afim de discutir por causa dessa sua carência de atenção!"

Agora já chega, me calo senão não vou fazer mais nada somente trocando farpas com quem não merece minha atenção!

Pior que eu fui olhar o perfil dele no orkut, um super profissional com larga experiencia em edição de vídeo e imagens em quatro emissoras e perde seu tempo provocando uma mera estudante.. Esse mundo está mesmo perdido!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

No escuro

É como alguém com a visão perfeita, tateando no escuro.
Como se a luz tivesse acabado de apagar
E não se vê para onde vai.
E não se sabe como reagir, porque não é uma escuridão natural
Não é o que se está acostumado.

Com o tempo a visão tende a se adaptar...
Mas quanto tempo demora?
Será que esse escuro da cegueira da mente é assim tão intransponível?
Precisa-se encontrar algo que ilumine o caminho,
Os olhos teimam em não ver
E o tato que toca os cantos
Que tenta me conduzir não está apto para me levar a um destino seguro.

Sigo então cambaleante
Uma bêbada em meio aos obstáculos
Desafios que não vejo, apenas sinto, ainda sem entender bem o que significam.
Superfícies que não vejo...

Sigo cega
Tropeço não sei onde e caio não sei porque
Levanto ainda sem ver
E mesmo o tempo a passar, ainda estranho a realidade
Estranho o escuro.
Vejo sem ver que tudo é absurdo

Pra onde ir?
Se no escuro todos os lugares são iguais
Se tudo tem o mesmo tom?
E mesmo que eu toque, que eu sinta
Não sei o que é... não posso entender

Pra onde ir quando não se vê?

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Último post do ano

Poderia fazer alguma retrospectiva, mas já fiz isso próximo ao meu aniversário. Poderia dizer o que pretendo fazer no ano que vem, mas sinceramente eu nem sei. A vida está muito repetitiva ultimamente, talvez eu só tente mudar algumas coisas, mudar o interior e o exterior vem de brinde.


Essas mudanças podem ser rápidas ou muito lentas, ainda não sei, só espero conseguir por em prática muitas coisas que venho pensando há um tempo. Quero mais verdades na minha vida, quero me esconder menos, quero, quem sabe, começar a viver sem medo.

Tudo no início é difícil, mas precisamos enfrentar os problemas para que eles deixem de ser NOSSOS e passem a ser apenas problemas. Quero ser livre finalmente para me deixar sentir e me deixar viver.

Talvez eu não seja perdoada por isso, mas é o que precisa ser feito. Espero ter coragem de chegar até o fim!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

My way



Eu sou uma criança, só quero brincar... Tô cansada dessas responsabilidades de gente grande. Não quero ser prejudicada por ser inocente, quero continuar a ser como sempre fui.


Eu preciso continuar a acreditar nas pessoas, num mundo melhor, preciso continuar a ver beleza nas besteiras do dia-a-dia, eu quero ser legal no sentido mais puro da palavra, não quero que me olhem com segundas intenções, nem que achem que eu faço as coisas dessa maneira.

Não estou dando mole para ninguém, eu apenas sou assim... Quero continuar a ser amável e meiga e não quero que a vida me endureça, quero ter o coração mole e não ter que precisar construir muros e mais muros todos os dias.

Eu quero poder correr na praia sem me importar se estão olhando para minhas celulites ou para minha loucura de tentar ser criança, quero dividir um sorvete, comer pipoca e assistir um filme com os amigos. Quero pic-nic.

Não quero nutrir sentimentos que fazem mal a mim, quero a simples complexidade de uma rosa desabrochando num dia de primavera, quero tomar banho de chuva e correr na rua. Quero abraços apertados e sem fim. Quero olhares conhecidos e sorrisos queridos...

Não quero pressa, quero ver o dia amanhecer na minha cama, dormir até tarde e tomar um banho bem demorado, comer frutas e jogar video-game. Quero comida caseira, feita com amor e dedicação de mãe. Quero achar graça numa borboleta voando e fazer gestos de alegria.

Eu quero simplesmente abrir os braços e sentir o vento no meu corpo suado. Quero deitar na grama e olhar o céu azul. Quero sentir areia nos pés.

Que importa a idade que o meu corpo tem? Eu só quero sentir o mundo de uma forma diferente...
 
M.D.
João Pessoa, 16/12/09
21:50

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Acácias



As Acácias ainda não chegaram...
Ou o fim está atrasado
Ou meu começo que insiste em andar devagar

O amarelo ainda está verde
E o chão não se cobre com um cobertor novo
Não se enfeita.

As Acácias, acho que estão cansadas
Devem estar, preguiçosas
Os olhos se voltam para as luzes que já começam a piscar

E o tapete de flores deve se espalhar logo pelo chão
Marcando o fim de mais uma estação
Logo tudo vai recomeçar

M.D.
João Pessoa, 10/12/09
00:28

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tempo

Faz tempo que não sinto o coração acelerado
Aquela quase dor

Faz tempo que não sinto meu peito completo
Que não suspiro

Faz tempo que tento aprender a conviver com esse tipo de vazio
Com esse tipo de solidão

Faz tempo que não me sinto feliz
mas faz tempo também que tento aprender a ver a vida com outros olhos

Faz tempo que observo a lua
Que paro para ver um gatinho brincando

Faz tempo que me esqueço do tempo por alguns instantes
Faz tempo que volto a recordar que o tempo passa mesmo que eu não queira


Faz tempo que não me esvazio completamente de mim mesma
Mas faz esse mesmo tempo que não me sinto completa

Faz tempo que não sinto uma onda de calor a percorrer todo o meu corpo quando ouço uma voz
Faz tempo que não sinto um arrepio na pele ao sentir um toque

Faz tempo... faz tanto tempo que nem lembro mais como é
Faz tempo que tento ser outra pessoa

Faz tempo que as pessoas acham que eu tenho transtorno bipolar
Faz tempo que não consigo fingir ser quem não sou por muito tempo

Faz tempo que tento mostrar algo que não sinto
Faz tempo que sucumbo ao que sou.

M.D.
09 de Dezembro de 2009
01:02

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Since I don't have...

Meu PC está aos bagulhos, não sei mais quanto tempo ele aguenta... Este fim de semana deu piti e ficou sem funcionar um tempo, travando o máximo possível e me deixando louca...

Meu canal está prosseguindo... Sexta que vem tem mais uma sessão tortura com o doutor fazendo canal sem anestesia porque quer sentir meu dente... (sei, ele que vai sentir ¬¬).

Fora do estágio e sem previsão de um emprego... O dinheiro está se esvaindo...

Parece que entrei numa onda de azar.

Meu dia está chegando, meu aniversário, há 22 anos atrás mamy estava se preparando para entrar na faca (Cesariana). Nunca me senti tão perdida como agora. Não sei o que fazer, como devo me sentir, não sei o que pensar. Minha cabeça anda confusa, fico reflexiva e depressiva por causa dessa reflexão. Estou passando por longos períodos de silêncio com os outros enquanto travo batalhas quase que em tempo integral comigo mesma.

Sempre estou pensando no ontem, pensar no amanhã é angustiante... Sempre quero voltar a algum ponto da minha vida, sempre lembro do que houve e não sei mais pensar no que haverá, essa incerteza está me matando. Outra coisa que me faz calar e refletir são sentimentos que não deveriam mais existir se o tempo realmente curasse tudo. "Sobra tanta falta". Essa saudade que insiste em não me abandonar, saudade não só de um amor, mas saudade de coisas tão simples, como uma companhia para comer batatinha no shopping.

Estou triste, não nego até porque já tentei muito disfarçar mas, qualquer pessoa que me conheça, que já tenha me olhado antes, percebe essa falta de brilho nos meus olhos, percebe uma tristeza em meus gestos, até meu sorriso parece forçado...

Ando agindo diferente ultimamente,  saindo, "me divertindo", mas sempre falta alguma coisa, e eu sei o que é. Saio, os fins de semana não são mais os mesmos, até porque não aguento mais meu quarto, ele parece tão hostil, tem tanto que não é meu aqui, tanto que me traz o passado que insiste em estar presente na minha mente. As paredes se fecham, o ar quente torna-se escasso e preciso sair...

O meu dia se aproxima... e nunca me senti tão distante de mim, nunca estive tão sem identidade, sem saber quem sou ou qual meu propósito... Não sei mais quem sou, quem quero ser ou o que fui...


"I don't have plans and schemes,
I don't have hopes and dreams
I,I, I don't have anything
Since I don't have you.


And I don't have found desires
And I don't have happy hours.
I don't have anything.
Since I don't have you.


Happiness and I guess
I never will again
When you walked out on me, 
In walked old misery
And she's been here since then.


Yeah, we're fucked!


I don't have love to share,
And I don't have one who cares
I don't have anything
Since I don't have you".


Guns N' Roses

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Confusões mentais

Se quisessem saber o que fiz
Fiz assim, de um jeito só meu
Se quisessem saber porque fiz
Não está escrito demasiado nos cadernos que não leu?
Fiz não só por fazer, fiz por querer
Para tentar entender
Fiz o que quis, tentei ser feliz
Não soube fazer...

O que eu fiz?
Não fiz nada, só pensei que fiz
Pensei em fazer
Mas não fiz nada...
Não fiz por mim, não fiz por você
Não fiz por ninguém...

Se quiserem me entender não vão
O que meus dedos pronunciam são palavras em vão
Nem eu me entendo, por isso não me explico então
Se quer saber o que digo, porque digo, te digo que não...

domingo, 11 de outubro de 2009

Confusões sobre sentimentos certos por motivos errados

Senti um calor súbito nas minhas faces

O sangue a percorrer todo o meu rosto
Os lábios secos e pulsando
Pulsando, queimando, querendo sair do rosto.
As mãos trêmulas mal sabiam onde pousar
O coração acelerado...
Era tudo o que eu sentia
Era tudo e eu sentia
Sentia os pés fora do chão
E uma leve brisa a contrastar com minha pele em chamas.
O cheiro de incenso forte, em toda parte
Meus olhos enchiam de lágrimas
A temperatura aumentava ainda mais
Quase dava para sentir as gotas evaporando ao tentar percorrer meu rosto
Senti o gosto salgado umedecendo meus lábios
Tentei respirar e não lembrava como
Tentei me mover, sair do estado de quase coma em que parecia ter entrado.
Não encontrava forças para mais nada
Não sabia se era eu ali
Não conseguia raciocinar, não sabia o que escrever
Não sabia o que fazer
Entreguei-me então, deixei-me sentir.
Chorei, tentei sorrir
Esperei a temperatura baixar, o calor me calar
As sensações eram tão irreais
Esperei acordar
Tentei dormir...

sábado, 10 de outubro de 2009

Alquimista


Sou apenas uma alquimista tentando transformar Ouro em Chumbo.

Sou uma alquimista na contra-mão.
O avesso do que todos os outros alquimistas são.

Eu já tenho Ouro, que irradia uma luz que me cega e não me guia
Já tenho preciosidades.
Ouro que não é meu, precioso metal que tanto não quero.
Que não tenho, que não mais espero, mas que tanto preciso.

Mais uma vez me ponho questionando o valor da tal pedra filosofal
Olho ao redor e vejo que não tenho mais magia
Não posso desfazer o que foi transformado no fogo e na luz da minha alma
Não posso fazer o Ouro voltar a ser Chumbo

Sou uma alquimista tentando me transformar...
Sou uma alquimista tentando transformar a luz do sol em uma lâmpada
O asfalto em calçada
O amor em nada.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Por que meu blog?

Talvez eu seja muito infantil para ter um blog. O que é preciso para ter um blog? O que as prováveis pessoas que leem blogs, veriam de interessante no meu blog? Eu não sei.


Pensei em acabar com essa tortura, deixar de ceder às palavras, parar de deixá-las me dominar. Pensei em matar, excluir, destruir o blog. Pouparia-me de divagações sobre essas besteiras que acontecem com todo mundo. Por que haveria de ser o fim do mundo? Não é nem se quer original.

Talvez eu fale de mais para ter um blog. Claro que o objetivo disto aqui é se expressar, mas talvez eu devesse postar coisas de terceiros, músicas, filmes para download, poemas de grandes autores, coisas que fazem as pessoas lerem blogs ao invés de discorrer a respeito de minha vida e minha "experiência" com o amor, ou seja lá o que isso for.

Talvez eu não saiba fazer um blog, meu blog não é nem mesmo um diário, aqui não conto os minímos detalhes de minha vida, squi os acontecimentos muitas vezes são atemporais, são textos antigos publicados em situações que não tem referência nenhuma, são pseudoconfissões onde tenho de me policiar o tempo inteiro.

Meu blog eleva ao grau máximo a minha esquizofrenia. As palavras são vozes sem nexo sopradas aos montes em meus ouvidos, e antes que eu as entenda já estão no papel, ou aqui, ou em qualquer outro lugar onde possa armazená-las.

Talvez eu não tenha outra opção, a não ser manter-me neste mundo virtual, onde falo sem saber porque, onde poucos me escutam, onde tenho medo de ser quem sou, como sou e onde tenho coragem de ser o que ninguém pode ou o que ninguém quer.

sábado, 1 de agosto de 2009

Quando percebi que não era mais eu.


Quando voltei a ser eu percebi que não percebi que não era mais eu.
Percebi que deixei de ser eu por pouco tempo de mais.
Percebi que queria continuar a ser o outro eu que eu não sou.
Por algum tempo eu me via diferente, eu me via realmente e quando eu parei de ver, percebi que voltara a ser eu mesma.
Foi um tempo encoberto.
Deixei de ser eu perdida entre sorrisos e fumaça.
Cercada de alegrias que se dissolviam no ar...
Esse tempo durou séculos e não demorou tempo algum.
Enquanto isso eu conseguia sentir e me sentir.
Conseguia saber, ouvir, ver e até falar...
Esse tempo acabou, quando percebi já voltara a ser eu mesma.
Tudo acabou, voltou ao seu lugar.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Uma parte que eu não tenho (mais)


Meio dia
Fui embora
O sol aparecia tímido
O frio não cessava
Estava protegida do vento apenas por aquelas janelas de vidro mal fechadas
A cidade parecia diferente
Eu parecia diferente
E naquele dia eu deixei uma parte de mim naquele lugar
Uma parte que foi escorrendo enquanto eu esperava alguém que nunca viria.
Uma parte que ficou lá esperando...

sábado, 11 de julho de 2009

O encontro

Tudo o que sei é que tinha o cabelo liso, comprido e loiro. Loiro não, castanho claro. Lembro dos seus olhos meio apertados, negros e dos lábios bem desenhados formando um "bico", muito sexy por sinal. Quando riu, mostrou uma falha entre os dentes, não os da frente, mas o suficiente para tornar o sorriso único.


Uma pena que não me recordo inteiramente! Não lembro o timbre de sua voz, nem do seu rosto como um todo, apenas de partes. Não lembro do seu corpo, nem sua altura. Não sei que roupa vestia ou se carregava alguma bolsa. Não lembro do seu cheiro. Até seu nome esqueci. Hipnotizada que estava por seus olhos e lábios. Sei que as palavras saiam de sua boca com certa desenvoltura e também que possuia um sotaque forte típico do sertão.

Lembro que precisei lhe falar, mas que não sabia o que dizer. E que quando nos separamos quis que viesse comigo. Lembro que me desesperei quando percebi que não conseguia lembrar de seu rosto. E como fiquei extremamente nervosa quando nos reencontramos. Lembro que eu queria ficar perto, que sentia inveja de sua acompanhante.

Fiquei triste por ter que ir embora. E meu coração disparou quando no encontramos de novo mais tarde. Busquei pretextos para falar, para chegar perto, tentei provocar e quando estava indo embora, eu fingi não ligar. Acenei de longe como se não me importasse. Não sei porquê.

Abraçou-me cordialmente e mesmo assim senti algo percorrer todo o meu corpo, tentei não demonstrar meu nervosismo. Sorriu-me de forma gentil. Perguntei até quando ficaria e quanado voltaria. Disse que não sabia, fiquei triste achando que nunca mais nos veríamos.

Foi embora, eu fui embora. E a vida voltou ao normal. Às vezes ainda penso nos cabelos loiros (castanhos claros) e dos olhos apertados, mas mal consigo lembrar do seu rosto. Então deixo pra lá, esqueço rápido, nada aconteceu, não vai voltar...

Prólogo: Algumas coisas significam muito, outras não querem dizer nada... nem tudo é o que parece, algumas coisas não se disfarça, outras não se tenta esconder, outras são confusões e o pior: Ilusões.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sobre o tempo ou esperanças vãs


Ainda estava esperando o tempo mudar, o sol sair, tudo voltar ao normal, como se o tempo fosse contado apenas por estações. Ainda esperava que o vento fosse ameno, que refrescasse, acariciasse a pele. Ainda esperava sorrisos, e olhos gentis, e vozes, e gestos. Ainda esperava...


Andava perdida a esperar um não sei o quê que nunca aparecia, como se o que procurasse fosse físico, e mantinha-se esperançosa pensando que acharia um dia algo que mudasse sua vida.

O tempo mudava e ela não percebia... o sol saia, mas para ela sempre era noite, tudo era rotina e ela não conseguia achar normal, as estações não existiam... era apenas uma leve mudança no clima. O vento ficava forte, bagunçava seu cabelo. Não havia sorrisos, os olhares eram escondidos, os olhos acusadores, as vozes asperas e por vezes desesperadas. Gestos não existiam... ela não os via, apenas esperava... e esperava.

Andava perdida... e não se encontrava... apenas esperava o tempo mudar, o sol sair, as pessoas agirem, a vida passar. Até que a vida acabou e ela não se encontrou, porque não sabia o que estava procurando.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Vazio

Às vezes a chuva traz paz, outras vezes tristeza...
Às vezes apenas acentua o que estamos sentindo, vem o frio e a vontade de ficar abraçada com quem a gente ama... somente os dois na cama...
Pensando nisso, quando fui dormir, já de madrugada... agoniada, querendo escrever... saiu meio sem querer, tava escuro e não parei para ler, mas foi isso o que a chuva trouxe:


A cama estava vazia quando deitei
O quarto estava vazio
Minha cabeça estava vazia
O mundo estava em silêncio
Apenas o canto dos pássaros a denunciar que ainda estava viva
E que o dia estava vindo...
Era quase de manhã e enquanto todos estavam quase acordando
Eu tentava dormir
Mas a cama parecia ficar maior
Era tanto espaço...
O quarto parecia maior
O frio parecia maior
Apenas eu que me sentia pequena diante da imensidão da solidão
A noite passou tão rápido e o dia parece que vai ser longo de mais
A cabeça não estava mais vazia
Pensava e girava e lembrava
E ouvia e sentia coisas que não existem mais
Eu via o passado dançar na minha frente
Tão irreal quanto o presente
E a cama se encher de dor
O rosto enche de lágrimas
A página vazia enche de palavras
A cama ainda está vazia
Mal suporto deitar e ver que está vago um lugar
Mesmo assim tento, deito, fecho os olhos, insisto em não pensar
No travesseiro uma fragrancia familiar
Um cheiro que ficou guardado
Para me lembrar do que me completava
E agora me esvazia...
Marília Domingues 01/03/09 04:30
Sinto-me assim hoje, o poema pode não ser novo, mas esse sentimento nunca me deixa, às vezes meio que se ausenta, parece que foi embora, consigo enxergar o brilho da lua, sentir o calor do sol e pensar em outras coisas, mas tem dias que a saudade volta como que cheia de saudade de mim, me abraça, me prende e me faz ver que sempre estará aqui, por mais que eu a deixe, e às vezes deixo, ela sempre volta para o seu lugar!

confusões de Marília

Texto escrito há algum tempo...


Começando a série, e antes de mais nada eu explico: sou de sagitário, ou seja, desastrada por natureza... os desastres podem ser acidentes, apenas trapalhadas, confusões, ou sei lá, sabe?!

Quarta-feira passada fez duas semanas que me mudei e estou morando sozinha, eu pensei que tudo o que eu precisava era de um computador, uma Tv e uma cama... doce ilusão... percebi isso, quando deu fome a primeira vez... como eu iria cozinhar? (tudo bem que eu só faço miojo), onde eu iria guardar minha preciosa coca-cola?

Fui levando, guardando as coisas na vizinhança (tá a vizinhança é o quarto ao lado), mas até ai tudo bem.A bagunça foi aumentando. A pilha de roupa suja estava enorme (coragem pra lavar? e tempo? isso não me pertence mais, *risos*) e o chão nem se fala...

Duas semanas morando sozinha e eu ainda não tinha varrido a casa, (ainda bem que ninguém veio aqui) (pensando bem, que droga, nem fiz festa de inauguração, e "Oush, ninguém veio aqui!!!!" :@).

Mas voltando à quarta-feira, depois que mammy mandou money pra mim, (quanto "m") eu resolvi limpar a casa, comprei desinfetante, vassoura, pá, pano de prato (Só tenho dois pratos, o terceiro foi sequestrado ano passado). Eu estava pronta para fazer a geral...

O dono do mercadinho mostrou que o cabo da vassoura se adaptava à pá, fiquei maravilhada... assim não seria preciso se abaixar para pegar o lixo com aquela pazinha. Em casa mostrei para minha vizinha, a menina do quarto ao lado, a capacidade da mente humana de fazer uma pá adaptável ao cabo da vassoura... ao que ela perguntou: "E como o lixo vai parar em cima da pá se a vassoura vai estar sem cabo?" hmmm! pergunta pertinente.. tá não soube responder, ainda não sei, acho que vou comprar outro cabo.

domingo, 19 de outubro de 2008

PASSEIO NA RUA


A estrada se divide em tantos rumos. Tantos caminhos distintos.
Às vezes pergunto se realmente todos levam para um mesmo lugar.
Vejo tantos rostos desconhecidos, pessoas que também não sabem quem sou.
Sigo por caminhos estreitos, becos, lugares que eu não conheço.
Procuro o anonimato.
Onde não haja alguém para perguntar – como você está? – onde eu seja só eu, como sempre fui só.
Passeio por minha mente como passeio pelo centro da cidade.
Tudo é correria.
O tempo precisa se desdobrar.
Os pensamentos passam por mim como estranhos, se desviam evitando qualquer contato.
Observo os desconhecidos, mas não os invejo, pois como eles, também, sou uma desconhecida para mim.
Sinto como se não pertencesse a lugar nenhum, pois não há nada que me prenda.
Não há para onde voltar.
Não há paz.
Não pertenço a ninguém, nem me pertenço, é por isso mesmo que não tenho ninguém para mim.
Procuro no escuro, sou uma cega.
As janelas da minha alma estão fechadas.
A vida se tranca fora de mim.
Caminho sem sentido, sem direção, buscando apenas um sorriso, qualquer coisa.
Vivo de lembranças, de momentos que não voltam.
Não quero ver que o tempo só prossegue.
Que os instantes se foram.
Vivo que quase não vivo só de lamentos, de pranto e de dor.
Vivo triste, e caminho sem saber pra onde.
A estrada se desvencilha à minha frente.
Não sei por onde ir.
Não quero seguir só.
Enquanto não me encontro, por entre tantos desencantos, tantos desenganos.
Perco-me ao olhar para trás, ao ver os passos que dei.
E onde errei.

Marília 17/09/07 14:45 hs