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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Um agosto qualquer

Hoje novamente um parente me falou que meu pai brada aos quatro ventos o quanto tem orgulho de mim, já ouvi de outros e até dele mesmo alguma vez. Então fiquei me perguntando, do que ele tem orgulho? Meu pai sequer me conhece, duvido que ele saiba quantos anos eu tenho, que meu cabelo já está ficando branco, que ele conheça meu sotaque ou saiba a cor dos meus olhos. Talvez se eu passasse na rua, ele nem me conhecesse.

Meu pai não sabe os perrengues que passei para chegar aqui, nem como eu fiz para me virar quando tinha três empregos que não pagavam quase nada e ainda estudava. Ele não sabe que eu já fui vendedora de cartões para uma ONG, ou de cartões de crédito, ele não sabe da minha passagem por um restaurante no shopping Tambiá, nem de quando fui monitora escolar numa comunidade em Bayeux e tinha que pegar alternativo (um deles, o motorista prendendo o cinto no freio de mão) ou quando fui recenseadora nas proximidades do presídio do Roger.

Meu pai sequer ligou para me parabenizar quando passei no vestibular, ou quando me formei, mas se orgulha em dizer que tem uma filha jornalista.

Meu pai não teve um centavo de participação no meu apê, mas espalhou para todos que tinha comprado um para mim quando eu ainda era adolescente. Aliás, ele sempre foi mestre em aparecer de vez em quando (de vez em quando mesmo), oferecendo mundos e fundos e não cumprindo nada.

Meu pai não tem motivos para se orgulhar, ele nem conversa comigo para saber como está minha vida. Não sabe nem qual o dia do meu aniversário. E a única coisa que me agrada em relação a ele, é desmentir todas as coisas que ele diz para os parentes, ainda assim pela total falta de consciência dele, por parecer que não há o mínimo problema de ser pego na mentira, isso não faz nem sentido. Não tem porque meu pai se orgulhar de mim, porque ele simplesmente não sabe quem eu sou!

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe ontem, hoje e sempre!








Rosa (Marisa Monte)
Tu és divina e graciosa
Estátua majestosa
No amor!
Por Deus esculturada
E formada com ardor...

Da alma da mais linda flor
De mais ativo olôr
Que na vida é preferida
Pelo beija-flor...

Se Deus
Me fora tão clemente
Aqui neste ambiente
De luz, formada numa tela
Deslumbrante e bela...

Teu coração
Junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado
Sobre a rosa e a cruz
Do arfante peito teu...

Tu és a forma ideal
Estátua magistral
Oh! alma perenal
Do meu primeiro amor
Sublime amor...

Tu és de Deus
A soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração
Sepultas um amor...

O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes
Cheios de sabor
Em vozes tão dolentes
Como um sonho em flor...

És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim
Que tem de belo
Em todo resplendor
Da santa natureza...

Perdão!
Se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh! flor!
Meu peito não resiste
Oh! meu Deus
O quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar
Em esperar
Em conduzir-te
Um dia ao pé do altar...

Jurar aos pés do Onipotente
Em preces comoventes
De dor, e receber a unção
Da tua gratidão...

Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te
Até meu padecer
De todo fenecer...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

confusões de Marília

Texto escrito há algum tempo...


Começando a série, e antes de mais nada eu explico: sou de sagitário, ou seja, desastrada por natureza... os desastres podem ser acidentes, apenas trapalhadas, confusões, ou sei lá, sabe?!

Quarta-feira passada fez duas semanas que me mudei e estou morando sozinha, eu pensei que tudo o que eu precisava era de um computador, uma Tv e uma cama... doce ilusão... percebi isso, quando deu fome a primeira vez... como eu iria cozinhar? (tudo bem que eu só faço miojo), onde eu iria guardar minha preciosa coca-cola?

Fui levando, guardando as coisas na vizinhança (tá a vizinhança é o quarto ao lado), mas até ai tudo bem.A bagunça foi aumentando. A pilha de roupa suja estava enorme (coragem pra lavar? e tempo? isso não me pertence mais, *risos*) e o chão nem se fala...

Duas semanas morando sozinha e eu ainda não tinha varrido a casa, (ainda bem que ninguém veio aqui) (pensando bem, que droga, nem fiz festa de inauguração, e "Oush, ninguém veio aqui!!!!" :@).

Mas voltando à quarta-feira, depois que mammy mandou money pra mim, (quanto "m") eu resolvi limpar a casa, comprei desinfetante, vassoura, pá, pano de prato (Só tenho dois pratos, o terceiro foi sequestrado ano passado). Eu estava pronta para fazer a geral...

O dono do mercadinho mostrou que o cabo da vassoura se adaptava à pá, fiquei maravilhada... assim não seria preciso se abaixar para pegar o lixo com aquela pazinha. Em casa mostrei para minha vizinha, a menina do quarto ao lado, a capacidade da mente humana de fazer uma pá adaptável ao cabo da vassoura... ao que ela perguntou: "E como o lixo vai parar em cima da pá se a vassoura vai estar sem cabo?" hmmm! pergunta pertinente.. tá não soube responder, ainda não sei, acho que vou comprar outro cabo.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Férias parte I (meu avô)

Estou de volta!

O que uns dias na casa de mamy não faz com uma pessoa?
Mas só uns dias mesmo porque ninguém aguenta aquela cidadezinha por muito tempo.

Consegui carona, que ótimo, minha viagem de 6 horas de ônibus se transformou em 2 horas e um pouquinho de carro, em casa paparicada, abraçada, mimada e muitos outros adas... ai que felicidade.

Poder dormir na minha cama com um colchão que não afunda (mto bom), ficar lendo toda espalhada no sofá, assistir a novela, coisas que não tem preço.

E ainda tem um bônus, meu avô!


Quando eu cheguei, ele estava dormindo, ai acordou perto da hora do almoço, veio perto de mim e fez a mesma pergunta de sempre:

_Quem é você?_ então lá vou eu gritando (ele é muito surdo) tentar explicar quem sou.
_Sou eu, sua neta! Filha de Maria!
_Ahh, não tava conhecendo não.
_Mas tá conhecendo agora?
_Agora tô!

O mais interessante é que depois que eu disse que era neta dele, ele começou a passar a mão na minha testa, com tanta ternura (eu explico, ele nunca fez isso, nunca foi de demonstrar afeto), fiquei emocionada com aquilo, caramba! era o meu avô, aquele velhinho chato e ignorante que só faz o que quer e os outros que se adaptem a ele, que é mais fácil dar um tapa que um beijo. Ficando coração mole. Ohhh! *.*
Milagres acontecem!

Daí em diante ele voltou a ser o velhinho de sempre, enfezado e irritado, mas eu passei a achar graça ao invés de ficar irritada como antes. Foi tão bom!

Isso no primeiro dia, no dia seguinte ele acordou super cedo como sempre tipo umas 05:00 da manhã, tentou abrir a porta (cidade do interior), ficou andando pela casa arrastando os pezinhos, rsrsrs, até mamãe levantar, quando ela levanta ele se senta quietinho no sofá e lá fica sem dar um pio com ninguém. Ele só fica inquieto enquanto tem gente quieta, rsrsrs.

Feito o café, depois que ele come ai pega no sono, sono pesado mesmo, não tem quem acorde! Dorme a manhã inteira, acorda pra o almoço, vai direto pra cama depois, do mesmo jeito ninguém pode impedir porque ele só faz o que quer e se alguém insistir leva uns tapas, (força pra bater ele ainda tem, apesar dos 92 anos), então dorme a tarde toda, a noite tem o jantar.

Depois que come, se a cama não estiver arrumada (forrada com mosquiteiro, porque no interior tem muitos pernilongos) ele quer ir deitar logo alegando que tem que acordar cedo no outro dia, se estiver arrumada ele fica no sofá até a gente insistir pra ele ir dormir, se deixar passa a noite, o povo cansado por ter ficado o dia todo acordado e ele uma pilha por ter passado o dia todo dormindo. Ai de 03:30 da manhã no melhor sono, ele levanta e fica conversando sozinho, durante o dia não dá uma palavra com ninguém.

Mas tudo bem, pelo menos ele é ativo alguma hora no dia. Cá entre nós, eu acho que ele é meio vampiro, rsrsrs. Porque só funciona à noite.

No dia seguinte ele estava comendo pipoca, então quando não quis mais foi guardar no guarda roupas (do mesmo jeito que já guardou a garrafa de café na geladeira), ai quando eu tirei, ele disse que estava guardando pra mim. Ohhhh *.* !

A parte mais engraçada de vovô é que ele nunca responde o que perguntamos.

Ex: O menino que cuida dele lá em casa foi oferecer um cafézinho à tarde, assim aproveitamos que ele tá tomando café e damos um lanchinho também, sabe como é né, igual a criança, se não for assim não come nada porque diz que não trabalha e que não precisa comer.

Então ele perguntou:

_ Quer um cafézinho seu Zé?
_ Tá feito?
_ Tá!
_ Tá quente?

No almoço:
_ Venha almoçar seu Zé!
_ Tá "botado" (colocado)?

Ele pergunta, pergunta e depois que o menino desiste ele vai sozinho, rsrsr. Mas o melhor é quando ele não escuta direito o que a gente fala e só entende outra coisa, só que não me lembro agora de nenhuma pra contar.

E sobre o não gostar de comer (e de beber água também) ele explica que é porque não trabalhou, então não está com fome, nos dias que não fala nada sempre vem com uma história depois, diz que levou a burra pra "pastorar" (tipo, levar pra passear e esperar que ela coma os matinhos), ou foi tirar leite da vaca ou plantar no roçado. Coisas que ele não faz há décadas.

Minha família é uma onda, meu avô é cheio de coisa, rsrs, morro de rir com ele. Adoro!
É isso aí, mais relatos das "férias" depois...