quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

No escuro

É como alguém com a visão perfeita, tateando no escuro.
Como se a luz tivesse acabado de apagar
E não se vê para onde vai.
E não se sabe como reagir, porque não é uma escuridão natural
Não é o que se está acostumado.

Com o tempo a visão tende a se adaptar...
Mas quanto tempo demora?
Será que esse escuro da cegueira da mente é assim tão intransponível?
Precisa-se encontrar algo que ilumine o caminho,
Os olhos teimam em não ver
E o tato que toca os cantos
Que tenta me conduzir não está apto para me levar a um destino seguro.

Sigo então cambaleante
Uma bêbada em meio aos obstáculos
Desafios que não vejo, apenas sinto, ainda sem entender bem o que significam.
Superfícies que não vejo...

Sigo cega
Tropeço não sei onde e caio não sei porque
Levanto ainda sem ver
E mesmo o tempo a passar, ainda estranho a realidade
Estranho o escuro.
Vejo sem ver que tudo é absurdo

Pra onde ir?
Se no escuro todos os lugares são iguais
Se tudo tem o mesmo tom?
E mesmo que eu toque, que eu sinta
Não sei o que é... não posso entender

Pra onde ir quando não se vê?

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