quarta-feira, 29 de outubro de 2008

INSTANTES


Perco-me num segundo e me acho no infinito
E viajo por caminhos por mim desconhecidos
Preencho-me de incerteza e me instalo num deserto
Isolo-me, cercada de dúvidas e não vejo um destino certo.
Perco-me por entre segundos mal contados
Prendo-me às horas passadas.
Desprendo-me do meu eu e me apego ao inefável
Troco-me por um sentimento intocável
Passo-me nos instantes que perdi,
Perco os instantes que me passei e nem senti
Finjo que não vejo o tempo que continua a passar
Prendo-me a uma liberdade fictícia
Solto-me na prisão que fantasiei na minha mente
De que vale a vontade – se na realidade – tudo é ilusão?
Perco-me num segundo que passa
No tempo que não volta
Procuro-me nos instantes que virão
Reviro-me inteira, viro do avesso, tento me encontrar,
E se me acho não me reconheço
Passo-me e não percebo
Se eu luto, perco. Então desisto,
E não resisto – instantes de confusão.


Marília 09/09/07 11:40 hs

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