segunda-feira, 27 de outubro de 2008

COSTUMES

Quem sou eu? Eu não sei,
Acho que me perdi em algum gesto falho
Acostumei-me a falhar
Acostumei-me a não ter o que quero,
Acostumei-me com restos
Com pedaços de emoções guardadas
Acostumei-me a estar só, a sentir frio,
A não achar graça
A rir falsamente
A manter os olhos fechados
Eu me acostumei à rotina
E a saudade
Acostumei-me a sentir falta
Acostumei-me a escrever
E a cada dia o que eu escrevo se torna mais triste
Acostumei-me a ninguém querer ler
Só não me acostumei a mentir
A não ser pra mim mesma
Sou a única vítima das minhas farsas
Das minhas ilusões
Porque eu preciso de um escape
Para manter-me viva
Acostumei-me a me decepcionar com os outros e comigo
Acostumei-me a me esconder e a fugir
E a maltratar quem eu gosto
Acostumei-me a me acostumar com tudo
Mas eu me acostumei a imaginar...
Porque só na imaginação que os sonhos se realizam
Meus desejos são atendidos
Só na imaginação te tenho ao meu lado.

Marília 07/08/07 + add 14/08/07.

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