quinta-feira, 30 de outubro de 2008

EXPLICAÇÕES

Eu já disse tanta coisa. Já me contradisse com as razões que tentei me dar. Tentar me explicar. Já me desentendi com meus pensameJntos várias vezes. Já briguei com meu interior, pra tentar me perdoar.
Eu já tentei entender meu modo de agir, já tentei afastar meu medo de mim. Medo de ser assim. Já quis me convencer que o que passou acabou, mas eu não fico lembrando tudo de bom que aconteceu. (não foi muita coisa), mas penso, imagino o que de melhor ainda poderá vir.
Não consigo me convencer que acabou.
Eu já disse tanta coisa, coisas para me afastar, para te afastar, já disse o que meu coração não sentia. Da boca pra fora. Num momento de lucidez forçada, tentando manter a calma, como se tudo que aconteceu fosse nada. Tentei fingir que não me importava, que estar sem você seria fácil e que se eu te dissesse que não gosto mais de você, eu terminaria me convencendo, mas não posso.
Falando sozinha, seus ouvidos que me escutam, não têm boca para me responder, ficam impassíveis diante do meu choro, da minha dor. Ficam impassíveis diante da minha alegria e do meu amor. Vivem impassíveis, não se abalam, tudo é rotina.
Ouvidos vividos, experientes, novidade nenhuma é suficiente para te abalar. Nada do que eu diga é verdade para você.
Ouvidos limitados, minutos contados no relógio para me desligar, para não me ouvir.
Tarde da noite no silencio, só há minha voz ecoando pelo meu mundo deserto. Minhas palavras percorrem uma distancia tão grande, mas vão ficando por entre muitos obstáculos e nunca conseguem alcançar seu coração.
Eu que já te disse tanta coisa, que já mudei o que eu disse, que já mudei de opinião.
As palavras são tudo o que tenho, minhas companheiras, quando seus ouvidos estão distantes.
Eu já te disse tanta coisa, já mudei tanto, mesmo assim tudo parece repetitivo, entediante.
Pra você eu sou a pessoa menos importante.


Marília 20/09/07 00:45 + add 21/09/07 12:25

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