sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Telefone

O quarto estava escuro, a luz apagada porque quando sentei à frente do computador ainda era dia. Um raio de luz da lua entrou pela minha janela aberta e me fez estranhar aquele clarão em meio ao céu que ficava nublado. Fazia frio e tudo o que eu queria naquele momento era ficar embaixo das cobertas, mas tinha trabalho a fazer. Estava Ouvindo músicas antigas que me faziam voltar a um passado onde amores não me atormentavam, onde minha maior preocupação eram português, matemática e Cia (no ensino fundamental).


Tudo estava como todos os dias. Eu, o computador, a Tv ligada passando algo que não sei o que era porque não presto atenção, vez ou outra ia na geladeira pegar uma fruta pra comer. Tudo igual a todos os dias... mas eis que o telefone toca. Procuro-o na bagunça da minha mesa e é seu nome que pisca na tela

O coração dispara, espero um pouco, dois, três toques, tento me acalmar, atendo... Conversa seca, sem assunto, cheia de meias palavras, de insegurança de ambas as partes, cheia de receio. Pouco mais de dois minutos de conversa e já parece uma eternidade. Gosto de saber que me ligou, mas não sei o que dizer, prefiro não me expor, afinal desta vez estou tentando ouvir meus alarmes.

A chuva cai fortemente fazendo muito barulho na minha janela logo que o telefone é desligado, parece que o céu fica triste por mim (ou comigo?).

Talvez eu tenha errado naquele dia angustiante quando pedi que não me ligasse mais, meses atrás. Talvez eu tenha errado quando liguei uma semana depois arrependida da minha atitude. Ou talvez eu tenha acertado mesmo? Quanto mais tempo passa, mais me confundo... Uma parte de mim se perdeu naquele dia, naquela semana, uma parte que não tenho mais, assim como a outra parte que ficou alguns posts atrás.

E assim de parte em parte eu fico para trás, de parte em parte eu abandono o passado, de parte em parte eu me perco para me encontrar apenas em mim.

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