terça-feira, 21 de julho de 2009

Uma parte que eu não tenho (mais)


Meio dia
Fui embora
O sol aparecia tímido
O frio não cessava
Estava protegida do vento apenas por aquelas janelas de vidro mal fechadas
A cidade parecia diferente
Eu parecia diferente
E naquele dia eu deixei uma parte de mim naquele lugar
Uma parte que foi escorrendo enquanto eu esperava alguém que nunca viria.
Uma parte que ficou lá esperando...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Como pode?

As pessoas em todo o mundo buscam por duas coisas: AMAR e SEREM AMADAS.

Falo de amor verdadeiro, aquele do qual não se encontra em toda esquina, aquele que passa por provações e continua existindo e com o tempo ele se mostra verdadeiro e inabalável.

Aquele amor que costuma estar por aí e que podemos comparar como o nosso "bom dia", "boa tarde" e "boa noite" não está em questão.

Então, em um belo dia, você se vê tendo aquilo que todos buscam, o amor verdadeiro. Se sente a pessoa mais feliz e completa desse mundo, aliás, você tem uma dupla sorte por ter esse amor correspondido.

Seus dias passam a ser mais alegres... O sol mais quente, a lua mais iluminada e todas as estrelas passam a ter um brilho especial.

Durante esse tempo um dia surge, o dia em que é comemorado a vida desse amor, pode ser o dia do primeiro beijo, do primero encontro, do primeiro "eu te amo", do dia em que o relacionamento começou... Enfim. Todo mês quando chega o tão esperado dia, você acorda mais feliz e se vê renovada. Mais um dia chegou... Um mês se passou, mais conquistas e aprendizado com os erros.

Naquele dia você ama mais - como se fosse possível - e sente ainda mais pulsante esse amor... É como se o amor percorresse você como o sangue que passa por suas veias, artérias, membros, orgãos...

Um dia você acorda e vê que aquele dia que era tão especial não é mais.

Você procura o amor, ele não está lá onde sempre esteve.

O dia tão esperado e tão querido, não tem mais aquele significado.

Você se vê só... Perdida.

E então você grita:

PERAÍ!

O QUE É ISSO?

ESSA VIDA NÃO É A MINHA!

E sente como se tivesse acordado em um corpo que não é seu, não reconhece tudo aquilo...

Cadê o nosso amor?

Cadê nós?

Cadê nossos sonhos?

Onde está nossa esperança?

E percebe que o "nosso amor" é agora só seu.

Que o "nós" agora só faz parte de você.

Que todos os "nossos" sonhos ainda existem, mas eles só existem pra você, e que toda a esperança no futuro não existe mais.

É o dia em que comemorariamos mais um mês de amor... mas, ao invés de acordar tão radiante como nos outros dias, você acorda triste, magoada, sozinha...

O sol não brilha mais do mesmo jeito, as flores não tem mais o mesmo perfume, o vento que toca sua pele é tão frio que parece ressecar sua alma.

E você passa a se perguntar:

Como pode?

*Não é um texto meu, encontrei na net enquanto procurava uma imagem para o post anterior... Esse texto caiu como uma luva para o dia de hoje... Talvez depois eu fale algo relacionado a ele, ou não, depende do meu humor para falar no assunto...

OBS: Eu fui relapsa e salvei somente o texto, não lembro mais o site ou quem escreveu, mas deixo claro aqui que não fui eu... Parabéns para o autor(a), adorei.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Paredes Amarelas


Sinto como se eu não pudesse mais ser eu mesma

Sinto como se eu não soubesse mais quem sou
Tudo ao redor está diferente
As paredes amarelas são outras.

Mudou a rotina e não tenho mais por quem esperar
Não espero o telefone tocar para falar besteiras e me desmanchar em sentimentalidades com alguém especial para mim.
Não espero o fim de semana chegar para sair e encher a cara de falsas alegrias por algumas horas.
Não espero mais nada.
Tudo é igual.

Os dias vão passando, lembranças vêm e vão com o passar do tempo
Com o aproximar e passar das datas
Os dias são apenas um quadrado de 3cm x 3cm na parede amarela do meu quarto.
Um quadrado que amanhã estará marcado com um "X" em vermelho indicando que já passou.

Os dias vão passando e estas paredes amarelas já não me são tão acolhedoras como foram um tempo atrás.
As semanas vão passando, os momentos vão passando e depois tudo é silêncio.
Talvez por isso passo o dia inteiro ouvindo música, para disfarçar o silêncio assustador de estar só.

Mas as músicas trazem lembranças, cada uma com suas memórias, cada uma com sua história, umas boas, outras ruins, mas no momento todas têm o mesmo significado...
E hoje ouço outras músicas, que significarão algo algum dia, porém hoje são somente músicas, e vão me fazer por um tempo esquecer meus próprios pensamentos, e esquecer que estou sozinha, cercada por essas paredes amarelas.

sábado, 11 de julho de 2009

O encontro

Tudo o que sei é que tinha o cabelo liso, comprido e loiro. Loiro não, castanho claro. Lembro dos seus olhos meio apertados, negros e dos lábios bem desenhados formando um "bico", muito sexy por sinal. Quando riu, mostrou uma falha entre os dentes, não os da frente, mas o suficiente para tornar o sorriso único.


Uma pena que não me recordo inteiramente! Não lembro o timbre de sua voz, nem do seu rosto como um todo, apenas de partes. Não lembro do seu corpo, nem sua altura. Não sei que roupa vestia ou se carregava alguma bolsa. Não lembro do seu cheiro. Até seu nome esqueci. Hipnotizada que estava por seus olhos e lábios. Sei que as palavras saiam de sua boca com certa desenvoltura e também que possuia um sotaque forte típico do sertão.

Lembro que precisei lhe falar, mas que não sabia o que dizer. E que quando nos separamos quis que viesse comigo. Lembro que me desesperei quando percebi que não conseguia lembrar de seu rosto. E como fiquei extremamente nervosa quando nos reencontramos. Lembro que eu queria ficar perto, que sentia inveja de sua acompanhante.

Fiquei triste por ter que ir embora. E meu coração disparou quando no encontramos de novo mais tarde. Busquei pretextos para falar, para chegar perto, tentei provocar e quando estava indo embora, eu fingi não ligar. Acenei de longe como se não me importasse. Não sei porquê.

Abraçou-me cordialmente e mesmo assim senti algo percorrer todo o meu corpo, tentei não demonstrar meu nervosismo. Sorriu-me de forma gentil. Perguntei até quando ficaria e quanado voltaria. Disse que não sabia, fiquei triste achando que nunca mais nos veríamos.

Foi embora, eu fui embora. E a vida voltou ao normal. Às vezes ainda penso nos cabelos loiros (castanhos claros) e dos olhos apertados, mas mal consigo lembrar do seu rosto. Então deixo pra lá, esqueço rápido, nada aconteceu, não vai voltar...

Prólogo: Algumas coisas significam muito, outras não querem dizer nada... nem tudo é o que parece, algumas coisas não se disfarça, outras não se tenta esconder, outras são confusões e o pior: Ilusões.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sobre o tempo ou esperanças vãs


Ainda estava esperando o tempo mudar, o sol sair, tudo voltar ao normal, como se o tempo fosse contado apenas por estações. Ainda esperava que o vento fosse ameno, que refrescasse, acariciasse a pele. Ainda esperava sorrisos, e olhos gentis, e vozes, e gestos. Ainda esperava...


Andava perdida a esperar um não sei o quê que nunca aparecia, como se o que procurasse fosse físico, e mantinha-se esperançosa pensando que acharia um dia algo que mudasse sua vida.

O tempo mudava e ela não percebia... o sol saia, mas para ela sempre era noite, tudo era rotina e ela não conseguia achar normal, as estações não existiam... era apenas uma leve mudança no clima. O vento ficava forte, bagunçava seu cabelo. Não havia sorrisos, os olhares eram escondidos, os olhos acusadores, as vozes asperas e por vezes desesperadas. Gestos não existiam... ela não os via, apenas esperava... e esperava.

Andava perdida... e não se encontrava... apenas esperava o tempo mudar, o sol sair, as pessoas agirem, a vida passar. Até que a vida acabou e ela não se encontrou, porque não sabia o que estava procurando.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Reflexões de uma sóbria 2 (sobre o amor e outros desastres)

Minha boca agora é de outro, de outros

Para muitos me dou pouco
Para poucos me dei de mais.

Olhando velhas fotos,
Lembrando de coisas que deveriam ficar no passado
Antes uma noite de lua cheia
Hoje a lua se esconde em um céu nublado

Tanto ontem me persegue hoje
Tanto tudo tenta entrar no meu nada
Melodias se apoderam do meu silêncio
Palavras martelam na minha cabeça

Uma voz familiar repete o que já cansei de me convencer que não vou mais ouvir
Queria poder ter escolha e calar essa voz da minha cabeça
Paro para me ouvir, mas minha voz é a última coisa que ouço
minha voz é a única coisa que não ouço

Minha boca agora se cala
Sente outros sabores
Todos tão sem gosto
Todos faltam alguma coisa

Talvez seja o sentimento
São tantas bocas e nada mais
São duas línguas que dançam músicas diferentes
E tento me afastar das palavras

As malditas palavras que dizem o que querem
Para eternizar os momentos
Mentem descaradamente apenas para dizerem qualquer coisa

As palavras dizem que sentem falta.
(Como sente falta de um lápis, um acessório qualquer)
As palavras dizem "eu te amo".
(Dizem tanto, pior que as vezes até acredito).
As palavras erram e se desculpam
E ferem e por fim se calam.

Minha boca agora é de outros, de muitos
Minhas palavras... são apenas minhas e de mais ninguém.

Reflexões de uma sóbria

Será possível mesmo parar de sentir? Tornar-se completamente racional, analisar todas as possibilidades de erro antes de tomar uma decisão, pensar em cada palavra antes de falar, encher o mundo de silêncios? Talvez não, mas estou tentando.


Pouparia tanto sofrimento e tempo perdido se eu apenas ouvisse o que eu mesma digo, ultimamente tenho cercado as pessoas com "eu te avisei" e eu me avisei tantas vezes também, por que é tão difícil ouvir a mim mesma? Porque é mais fácil ignorar a razão e viver. Mas isso sempre me leva ao arrependimento futuro.

O que são essas porcarias de sentimentos que turvam a visão, que fazem o mundo parecer diferente do que ele realmente é, e que quando vão embora parece que arrancam uma parte minha?

Quando vem a sobriedade e eu paro pra pensar e vejo que eu sabia de tudo que aconteceria e simplesmente ignorei meu sexto sentido, ou seja lá o que for que me alerta do perigo , pela simples possibilidade de estar errada e viver o que chamam de felicidade...

Minha visão mudou muito nesses últimos meses, a visão de "AMOR", "FELICIDADE" e "SEMPRE", agora são outras. Não sei explicar... talvez eu me arrependa mais tarde e volte a sonhar, mas por enquanto estou com os pés no chão, afinal se eu tropeçar e cair a queda será menor que se eu estivesse "voando alto".