quarta-feira, 8 de julho de 2009

Reflexões de uma sóbria 2 (sobre o amor e outros desastres)

Minha boca agora é de outro, de outros

Para muitos me dou pouco
Para poucos me dei de mais.

Olhando velhas fotos,
Lembrando de coisas que deveriam ficar no passado
Antes uma noite de lua cheia
Hoje a lua se esconde em um céu nublado

Tanto ontem me persegue hoje
Tanto tudo tenta entrar no meu nada
Melodias se apoderam do meu silêncio
Palavras martelam na minha cabeça

Uma voz familiar repete o que já cansei de me convencer que não vou mais ouvir
Queria poder ter escolha e calar essa voz da minha cabeça
Paro para me ouvir, mas minha voz é a última coisa que ouço
minha voz é a única coisa que não ouço

Minha boca agora se cala
Sente outros sabores
Todos tão sem gosto
Todos faltam alguma coisa

Talvez seja o sentimento
São tantas bocas e nada mais
São duas línguas que dançam músicas diferentes
E tento me afastar das palavras

As malditas palavras que dizem o que querem
Para eternizar os momentos
Mentem descaradamente apenas para dizerem qualquer coisa

As palavras dizem que sentem falta.
(Como sente falta de um lápis, um acessório qualquer)
As palavras dizem "eu te amo".
(Dizem tanto, pior que as vezes até acredito).
As palavras erram e se desculpam
E ferem e por fim se calam.

Minha boca agora é de outros, de muitos
Minhas palavras... são apenas minhas e de mais ninguém.

2 Pensaram a respeito:

Débora Gil. disse...

"Paro para me ouvir, mas minha voz é a última coisa que ouço
minha voz é a única coisa que não ouço

[...]

As malditas palavras que dizem o que querem
Para eternizar os momentos
Mentem descaradamente apenas para dizerem qualquer coisa

[...]

As palavras erram e se desculpam
E ferem e por fim se calam."


Antes fossem as palavras neh!?

=}

Marília Domingues disse...

Culpo as palavras para não dar nomes aos verdadeiros culpados.

Culpo as palavras para não culpar a mim mesma.

"Antes fossem as palavras"

Obrigada pela visita e comentário, volte sempre =)