sábado, 30 de abril de 2011

#EUSOUGAY

Eu
Mais pessoas da Residência Universitária Elizabeth Teixeira:


Gerlande

Luana e Andréa

Andréa

Tainá

Naiara


Luana

Galera


sexta-feira, 29 de abril de 2011

Você devora quem lhe decifra...


Kléber Albuquerque é um cantor e compositor incrível que conheci há apenas poucas semanas, suas músicas tocam tão profundamente a alma e têm ao mesmo tempo conteúdo e leveza. É raro ver tanto sentimento nas músicas contemporâneas. 

Com um quê de Chico César, Kléber Albuquerque conquistou definitivamente seu espaço no meu player!



"O andreense Kléber Albuquerque estreou, em 1997, com o CD 17.777.700, lançado pela Dabliú Discos e com direção artística de Mário Manga. Deste disco, a faixa "Barriga de Fora" ficou entre as vinte canções mais pedidas do ano pelos ouvintes da extinta Rádio Musical FM.

Seu segundo disco, Para a Inveja dos Tristes, lançado em 2000 pela mesma gravadora, contou com a participação especial de Fábio Jr., na faixa "Isopor". Também em 2000, com "Xi, de Pirituba a Santo André", Kléber foi um dos finalistas do Festival da Música Brasileira, promovido pela Rede Globo. Foi também finalista de muitos outros festivais. O mais importante aconteceu em 2001, quando a música "Logradouro" (parceria com Rafael Altério), conquistou o primeiro lugar no Festival de Avaré, um dos mais respeitados do país. Com a mesma composição, obteve também o segundo lugar no Circuito dos Festivais, realizado pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e TV Cultura. Participou ainda do projeto Novos Nomes, realizado pelo SESC São Paulo e foi o cantor convidado para a abertura do show de comemoração à centésima apresentação de Zeca Baleiro.

No reveilon de 2001, gravou, juntamente com os compositores Élio Camalle, Luiz Gayotto e Madan, o álbum UmdoUmdoUm, o primeiro do milênio.

Em 2003, começou o ano com temporada do show Amanhã Vai Virar Hoje, no Teatro Crowne Plaza, que teve participação especial de Ceumar, Vanusa, Mirian Maria e Gero Camilo. Neste espetáculo trabalhou o lançamento de seu CD Faça Virar Música, um trabalho artesanal com capa feita de pano.

No mesmo ano, fez a direção musical e compôs a trilha para a peça Desmontando Uma Alma Boa (Cia. Teatraria Paraíso) e, em parceria com Gustavo Kurlat, para o espetáculo Crime e Castigo (Escola Livre de Teatro – Prefeitura de Santo André)"

Clique nas capas para comprar os CDs


quinta-feira, 28 de abril de 2011

...

E o ônibus passa apressado, desviando de pessoas que você já encontrou, já esbarrou ou  talvez nunca viu. Sentado ao seu lado está alguém que pega o mesmo ônibus que você, todos os dias, no mesmo horário e ninguém percebeu. O cobrador poderia ser seu amigo, seu vizinho ou somente o cara que te ensinou o ponto errado na hora de descer.

Pessoas, são só mais um atrapalho se enfileirando nos caixas, nas lojas, na porta do ônibus que você sobe ou desce, obstruindo o caminho e mesmo em meio a tanta gente você se sente só. Não faz parte da multidão. Afinal, uma multidão é uma multidão, eles lá e você aqui, a multidão não se abre para você passar, mas você vê a trilha imaginária  fluindo entre a massa homogênia de braços, pernas e cabelos. A multidão não tem olhos e nem boca, ninguém vê ou diz nada, são cegos, surdos e mudos e só você é diferente, você é um EU, um ponto jogado a esmo num conjunto de outras coisas.

Atropelando pensamentos com os passos apressados na rua esburacada e trombando com mendigos invisíveis. Os sons são de tal forma filtrados que nada é ouvido. O caminhar vira uma perambulação, como se tivesse um imã onde você quer chegar e quando percebe já está lá. O caminho é simplesmente esquecido, despercebido.

Quase nunca você para. Estuda, trabalha, assiste TV, ouve música, joga conversa fora, namora, dorme, anda de ônibus. E a vida vai passando, durante esse percurso ninguém sente o vento, percebe o sol, observa as estrelas no céu, ninguém sorri para você na rua, ninguém ajuda um idoso a atravessar, ninguém diz bom dia, ninguém te enxerga.

E no ônibus, enquanto a cidade passa por você, mil problemas rondam sua mente, onde deveria estar, o que deveria estar fazendo, o barulho dos carros abafa o canto dos pássaros, a viagem torna-se apenas chegada, o caminho é empecilho, atrapalho.

Não somos humanos, somos coisas vagando de um lado para outro, procurando papéis encardidos para por um pouco de comida no prato. Somos todos feitos de desejos efêmeros e você corre atrás da felicidade como se ela fosse algo que pudesse ser alcançada.. como se a felicidade fosse palpável, como se fosse uma coisa pronta, como um macarrão instantâneo...

No ônibus, na calçada, em casa, na vida... talvez tenha chegado a hora de esquecer toda a maluquice, toda a pressa, todo o corre-corre e se questionar o porquê de tudo isso. Talvez tenha chegado a hora em que a multidão virará pessoas de verdade com suas diferenças e semelhanças e que você fará parte dela. Talvez tenha chegado a hora em que você precise apenas se deixar sentir.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A uma flor

Ontem eu vi um Boto,

Sim, um Boto aqui na minha casa,
Direto das águas doces do Pará, 
parou aqui, eu sei, o vi
me fez parar, me fez pensar, nostalgiar


Mas por que parar? Se de boto eu nada sei
nada sei de mais, nada sei de animais.

Só sei de flores, de cheiros e de perfumes

Com Boto eu nem me bato
sei de olfato e de fato nada sei

E o que mais? Mais nada.
Boto é bicho, animal, hora vem, hora volta, interage
Flor, sinto o cheiro e o espinho e no fim murcha... e morre!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

#EUSOUGAY



 Texto extraído do blog http://projetoeusougay.wordpress.com/ 

Por que: Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY.

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle &; Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

Fotos do pessoal da Residência Universitária Elizabeth Teixeira, João Pessoa, Paraíba:












Agradecimentos e créditos no próximo post! =)


quarta-feira, 20 de abril de 2011

De antes

Antes fosse o passado antigo e a memória falha
antes fosse o peito amigo e o coração de palha
antes o fogo consumisse aquilo que atrapalha
antes do fim um começo que valha

antes fosse o destino, calmo e desatento
antes fosse o riso levado como o vento
antes fosse a vontade suprimida, um contento
antes o fim não fosse só lamento

antes não fosse depois de tudo a partilha
antes não fosse sentimento que se espalha
antes fosse fechado em escotilha
ou antes fosse aberta a fornalha

antes não fosse a alma que se esvaia
antes fosse mais bem vinda que temida
antes fosse sorriso o que é vaia
antes rejeitada, que esquecida

domingo, 17 de abril de 2011

Crepúsculo dos deuses (Sunset Boulevard)

Época de mudança proporciona bons momentos entre velhos escritos. Hoje compartilho com vocês um artigo que escrevi sobre um filme que gosto muito do cinema noir.

Atenção: O texto abaixo contém spoilers


Crepúsculo dos deuses: Esquecimento e insanidade
Crepúsculo dos deuses, co-escrito e dirigido por Billy Wilder é lançado no ano de 1950. O filme em preto-e-branco se inicia com um ângulo não-convencional: na tela estão simultaneamente: um corpo em uma piscina e os fotógrafos que registravam a cena. Joe Gillis, interpretado por William Holden, um defunto-narrador, conta, em flashback, seus últimos seis meses de vida, mostra os bastidores do cinema hollywoodiano e como e porque fora parar naquela piscina.

Com a narração em voz off , o filme faz uma crítica metalinguística   ao cinema de Hollywood, de estrelas decadentes à jovens em busca do estrelato. Joe é um argumentista desempregado que ainda tenta emplacar algum de seus roteiros nos conceituados estúdios Paramount. Criticado pela jovem revisora e aspirante a roteirista, Betty Schaefer, interpretada por Nancy Olson, ele tem mais uma de suas histórias recusadas.

Em meio a dívidas crescentes, o protagonista se vê prestes a perder seu carro exigido como pagamento de seu aluguel atrasado, depois de ser perseguido pelos cobradores, ele para acidentalmente em uma mansão na Sunset Boulevar, Hollywood. Pensando tratar-se de uma propriedade abandonada, ele guarda seu carro numa das garagens e adentra o lugar sendo surpreendido por uma voz, que o manda entrar, ele avista a dona daquelas palavras (Glória Swanson) e desconfiado direciona-se até a porta.

Recebido pelo mordomo Max, (que mais tarde descobriremos que é algo mais eu isso), vivido por Erich von Stroheim, Joe é orientado para entrar e encaminhar-se até o quarto da dona da casa sem receber maiores explicações. Descobre então que foi confundido e trata de explicar-se.  A senhora  o manda embora de sua casa. Ao fazer isso é reconhecida como sendo Norma Desmond uma atriz que já fora muito famosa na época do cinema mudo e que estava esquecida pelo cinema e público. O protagonista identifica-se como roteirista e Norma mostra um roteiro original, escrito por ela chamado “Salomé”, projeto para retornar as telas triunfantemente na concepção da própria, no qual pede a ajuda de Joe para ser roteirista.

A proposta é tentadora e Joe acaba por ceder, hospeda-se temporariamente num quarto acima da garagem. Os dias passam e Norma o prende cada vez mais em sua mansão, que reflete sua personalidade egocêntrica, cada parte da casa tem tanto dela quanto cada parte de seu corpo. A relação profissional deles aos poucos vai se transformando em outra coisa, a arrogante Norma torna-se cada vez mais obsessiva e passional. Joe apesar de contra a sua vontade se deixa manipular.

Numa noite em que consegue “escapar” da casa ele encontra Betty, agora namorada de um amigo seu, o flerte ocorre. Convidado pelo amigo para ficar alguns dias em sua casa, Joe é surpreendido com a notícia de que Norma tentara se matar, ele desiste de sair da mansão, mas passa a se encontrar com Betty para escrever a “história de amor sem nome”, e recebe a proposta de fugir com ela. Enquanto Norma acha que seu roteiro será em breve transformado em filme e terá seu tão esperado retorno.

A atriz decadente percebe as noites que Joe passa fora de casa, começa a interceptar seus telefonemas e torna-se cada vez mais paranóica. 

O filme encaminha-se para o desfeche final, revelações feitas, reviravoltas e a personalidade duvidosa de Joe o levam a ser assassinado, fazendo com que o flashback termine. Apoiada por Max, também obcecado por ela, Norma estrela sua última cena totalmente fora de si, num mundo imaginário do qual ela já fez parte e que se recusa a deixar no passado, pronta para o “close up”, como ela mesma diz. Policiais, repórteres e fotógrafos deixam seus papéis para serem meros figurantes diante da loucura da estrela decadente.

O filme mantém sempre um tom obscuro. As cenas geralmente são à noite ou em interiores sombrios, típicas do cinema noir, mas mesmo quando as cenas ocorrem durante o dia, elas vem carregadas de tenebrosidade. O filme é narrado em primeira pessoa, e se Joe que é alvo da obsessão de Norma “aceita” isso em silêncio para ela, na narração ele descarrega seus comentários ácidos a respeito das situações, chegando as vezes ao cômico, outras ao humor negro.

Assassinato ou algum outro crime é o enredo principal dos filmes noirs, porém em “Crepúsculo dos deuses” o espectador chega em alguns momentos a esquecer que quem conta a história é um defunto, tal o grau de envolvimento com o enredo. Os atores principais estão presentes na maioria das cenas, e a trilha sonora conduz as emoções de quem assiste, o filme consegue amarrar bem as cenas sem se tornar cansativo ou maçante. O crime é praticamente ofuscado, lembrando-se apenas no final quando acaba o flash back. O protagonista se vê cada vez mais envolvido com aquela ex-atriz que vive interpretando mesmo com as pessoas do seu dia-a-dia e que se resumiam a Joe e o mordomo.
O senso de fatalismo está presente em Norma, onde verifica-se a presença da morte em vários instantes, como na morte de seu macaco, na tentativa de suicídio ou no assassinato que ocorre em sua piscina. Obcecada por Joe, que torna-se praticamente um brinquedo em suas mãos, ela revela o extremo da passionalidade quando este ameaça “soltar-se” das amarras que o prendem. O protagonista, nada romântico, se deixa manejar por Norma em troca de boa vida e dinheiro.
Crepúsculo dos deuses é um filme que fala sobre o cinema, alguns de seus personagens são reais como o diretor Cecil B. Demille que representa a si mesmo, assim como também é real a forma cruel como os artistas são esquecidos, sempre há uma nova “safra” e os que não se adaptam, não se destacam, são passados para trás. Norma não se adaptou ao cinema falado: “falam, falam, falam” como ela diz. Já o protagonista não se destaca, produzindo apenas roteiros medianos que renderam apenas filmes “B”.

Criticado por uns, aplaudido por outros na época, o fato é que “Crepúsculo dos deuses” mexe na “ferida” do cinema hollywoodiano, o fracasso e esquecimento de seus outrora astros e estrelas e a forma cruel como o cinema descarta as pessoas. Insanamente o filme termina com mais metalinguagem: Norma, no papel de Salomé, entre fotógrafos e policiais, em sua última cena, desce as escadas teatralmente, gesticulando com as mãos como quem convida o espectador a se perder de si e juntar-se a ela em sua loucura.
Marília Domingues é graduanda do curso de Comunicação Social Habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba.

sábado, 16 de abril de 2011

Procura-se

Procura-se uma garota ingênua, doce e amável, há quem diga que ela também é maluca (no bom sentido), tem um quê de esquisitice e é capaz de sentir e amar por inteiro... Quem a encontrar favor avise, ela foi desaparecendo com o tempo e agora sumiu de vez... Talvez seu rosto tenha mudado, não é certo. Pode ser somente que ela não se reconheça mais em si mesma, por isso sua busca torna-se ainda mais difícil.

Sua voz emudeceu, seus olhos se fecharam e ela perdeu seu brilho, por isso procurem-a em becos escuros, entre arestas, talvez em festas, onde ela não sabe que pode ser encontrada. 

Pode ser fácil encontrá-la, mas é preciso reconhecê-la, ela não consegue enxergar as pessoas ao seu lado, ainda pode conservar algumas de suas características originais como ser extremamente distraída...

Recomenda-se a quem a encontrar que trate com carinho, paciência e fique com ela para si, pois não há para onde trazê-la, muito menos recompensa.

_Então quem procura essa garota?
_Não sei.
_Então pra que encontrá-la?

Boa pergunta. Ninguém a procura porque não sabem que ela está perdida, não sabem pra que encontrá-la ou o que fazer caso a encontrem... Muitos até já podem ter cruzado com ela em seus caminhos e apenas passado sem se dar conta de que ela estava perdida.