domingo, 2 de novembro de 2008

SONHOS MORTOS

Os sonhos não se acabam,
Mas, geralmente,
Deixo-os morrer,
Se esconder...
Deixo-os de lado,
Como se pudesse seguir,
Suportando,
Carregando o peso dos sonhos mortos.
O cheiro de putrefação da minha alma.
Exalando tão forte
Um cheiro de morte,
Que entorpece os novos sonhos,
Que insistem em chegar.
Os sonhos não acabam,
Mofam, murcham...
Nas gavetas do meu interior,
Sem nunca sequer ver a luz do sol.
Sempre nas sombras,
Onde encontram na escuridão,
Mais dor.
Os sonhos mortos apodrecem em mim,
E nota-se no meu rosto
O quanto o peso da desilusão me maltrata.
Saber que os sonhos sempre estarão,
Levando-me a pensar que...
Talvez um dia eles aconteçam.
Eles não sabem que estão mortos.
Mortos como minha alma,
Que vaga pelo mundo,
Sem saber que não faz mais parte dele,
Que não faz mais parte de mim.
Os sonhos não acabam,
E mesmo que murchem
E apodreçam.
Sempre fica um pouco deles,
Um pouco que não consegue se convencer,
Que a morte é irremediável,
E que por mais que eles tentem
Reavivar em mim alguma esperança,
Não vão conseguir ressuscitar meu espírito.


Marília sem data.



1 Pensaram a respeito:

Erika Viana. disse...

Muito massa!