quinta-feira, 13 de novembro de 2008

PALAVRAS II

Minhas palavras
Meus pensamentos proibidos
Ninguém nunca sabe o que estou sentindo
A não ser elas
Minhas palavras
São gestos escondidos
São o que eu sinto
E não sei demonstrar
Minhas palavras
Minha essência
Que só deixo aflorar
Quando escrevo
Até tento mudar, mas
Minhas palavras
Sempre estarão em mim
E mesmo mudas
Dirão o que sou incapaz de mostrar
Sempre estarão revelando
Meus desejos,
Meus segredos,
Sempre serão minha parte imutável,
E continuarão escondidos
Esquecidos em algum lugar qualquer
Porém sempre vivas em mim
Palavras...
Eu não passo de palavras.


Marília 22/08/07 11:32

domingo, 9 de novembro de 2008

Fragrancia


Uma fragrancia familiar
Fluindo no ar.
É seu cheiro peculiar...
Reacendendo lembranças.
No ar seu olhar me envolve,
Ainda te sinto.
Um cheiro só seu...
Sei que não há mais ninguém.
Sei o que devo esperar
Quando vem o seu cheiro no ar.
Sinto-te...
Sei o que sinto...
É você a penetrar nos meus pulmões
A tomar pra ti meu coração
E me invadir...
Vindo de todo lugar,
E me levando além...

Marília sem data. + add 10/02/08.

sábado, 8 de novembro de 2008

SEU NOME

Este poema tem seu nome. Nunca fiz isso
Tudo meu é tão ambíguo, eu e meus duplos sentidos...
Porém este é direto
É seu. Tem seu nome, transformado em palavras por mim.
Nele está o meu coração
Tem lembranças que não quero deixar pra trás
Como seu cheirinho de chiclete
Seu toque suave em minha pele. Seus quase beijos...
Enquanto o escrevo, ele traz sua essência até mim, e te descrevo:
Seus olhos que são um convite a me perder em sua imensidão
No mar que há em seu rosto.
Sua face iluminada ao sorrir
Seu corpo que aparenta ser tão frágil
E sua personalidade forte
Seu jeito, seu riso, tudo...
As lembranças me levam ao céu (onde você está)
Como uma estrela sempre a brilhar
Lembranças de um sentimento estranho
Que só experimento ao seu lado
Não sei o que é... uma alegria me invade
Talvez seja felicidade
É como se eu pudesse flutuar e te alcançar aí no céu
Esse poema tem seu nome. Porque ele é seu
Embora não tenha palavras rebuscadas
Nem rimas tão raras, mas...
Ele contém minha alma
Ele contém o que é você pra mim
Traz você aqui
E por uns instantes, enquanto o leio, mesmo quando longe,
Sinto-te perto de novo.




Marília 06/08/07 06h00

domingo, 2 de novembro de 2008

SONHOS MORTOS

Os sonhos não se acabam,
Mas, geralmente,
Deixo-os morrer,
Se esconder...
Deixo-os de lado,
Como se pudesse seguir,
Suportando,
Carregando o peso dos sonhos mortos.
O cheiro de putrefação da minha alma.
Exalando tão forte
Um cheiro de morte,
Que entorpece os novos sonhos,
Que insistem em chegar.
Os sonhos não acabam,
Mofam, murcham...
Nas gavetas do meu interior,
Sem nunca sequer ver a luz do sol.
Sempre nas sombras,
Onde encontram na escuridão,
Mais dor.
Os sonhos mortos apodrecem em mim,
E nota-se no meu rosto
O quanto o peso da desilusão me maltrata.
Saber que os sonhos sempre estarão,
Levando-me a pensar que...
Talvez um dia eles aconteçam.
Eles não sabem que estão mortos.
Mortos como minha alma,
Que vaga pelo mundo,
Sem saber que não faz mais parte dele,
Que não faz mais parte de mim.
Os sonhos não acabam,
E mesmo que murchem
E apodreçam.
Sempre fica um pouco deles,
Um pouco que não consegue se convencer,
Que a morte é irremediável,
E que por mais que eles tentem
Reavivar em mim alguma esperança,
Não vão conseguir ressuscitar meu espírito.


Marília sem data.