quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"Escondendo a dor entre sorrisos
Tento perder a angústia na fumaça
Deixar tudo onde é esquecido
Onde o barulho a tudo disfarça"

M.D.

Girando ao redor de uma luz que me atrai
Que me cega, que eu sei que trará meu fim
Entrego meu corpo ao ritmo da música
E essa dança frenética, de corpos suados,
Sentimentos forçados e diversão a qualquer preço.

Nesse mundo de faz de conta
Tento julgar, saber o que sou, onde eu estou
O que eu mereço
Mundo do agora, do sim, do não importa
Outra coisa aqui me  trai.

Algo meu que está no chão
Agora na luz, logo depois na escuridão
Algo que esteve em alguns
Em quase todos
Mas em nenhum de verdade

Algo que me puxa
Que traz a luz que me deixa perdida
A luz dos olhos que me atrai para as trevas
A luz dos meus olhos que me trai
Expondo o que tento esconder.

Inebrio os instantes,
Sinto um gosto amargo
Um sabor marcante
Acendo outro cigarro
Me embriago mais um pouco
Entrego meu corpo
Ao sabor da batida
Esqueço-me da vida
Vivo feito louca

Então o dia, o sol
E a volta para casa
De volta a loucura de ser alguém real.
Não sei se mais frustrante
A volta não me acalma
Não entendo o que quero
Não sei o que espero
Não encontro lá, muito menos aqui

Quero outro cigarro...

M.D.
João Pessoa, 11 de outubro de 09
20:26

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Confusões mentais

Se quisessem saber o que fiz
Fiz assim, de um jeito só meu
Se quisessem saber porque fiz
Não está escrito demasiado nos cadernos que não leu?
Fiz não só por fazer, fiz por querer
Para tentar entender
Fiz o que quis, tentei ser feliz
Não soube fazer...

O que eu fiz?
Não fiz nada, só pensei que fiz
Pensei em fazer
Mas não fiz nada...
Não fiz por mim, não fiz por você
Não fiz por ninguém...

Se quiserem me entender não vão
O que meus dedos pronunciam são palavras em vão
Nem eu me entendo, por isso não me explico então
Se quer saber o que digo, porque digo, te digo que não...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

IV semana pela Democratização da Comunicação de 19 à 23 de outubro


Texto para o Ato Público, amanhã!
Participem...


Salve, salve, cidadão. Salve sua pele, salve seus ouvidos e olhos. Desligue a TV e o rádio. Hoje, não compre jornal. Faça seu boicote, faça sua crítica, salve seu cérebro. Ative sua crítica. Não se limite. Não veja, pense! Pense e reflita sobre as informações que são transmitidas pelos grandes meios de comunicação. E não pare por aí.

Nossos gostos, nossos gastos, nossas escolhas. Pense em quem comanda os meios de comunicação e quais são os seus interesses. Lembre-se: todos têm direito à comunicação. Mas são nove, apenas nove, as famílias que controlam as comunicações no Brasil.

Concentração, oligopólio, poder e influência na mão de poucos. E bote influência nisso. Eles ditam os assuntos que pautam nosso dia a dia. Nos fazem acreditar que o MST é criminoso, que rádio comunitária é pirata, que mulher é objeto, que morador de favela é criminoso, que homossexualidade é doença e que isso é tudo muito normal.

Nos levam a esquecer discussões importantes, como a democratização da comunicação, como a educação. Logo a comunicação. Logo a educação. Estas que são fundamentais para um povo entender o que se passa à sua volta. Estas que são necessárias para fundamentar uma crítica construtiva.

Porque, sim, é preciso construir novos meios, novas maneiras de (se) comunicar. Desconstruir esteriótipos e preconceitos que nos limitam - que tentam nos fazer pensar de maneira uniforme. É importante dialogar, construir com base no interesse social, respeitando a diversidade de gênero, raças, classes e crenças.

O que você gostaria de propor? Contribua com a comunicação social. Social! Expresse seu ponto de vista, sua realidade. Seja mídia! Construa você a comunicação popular – livre de amarras e cheia de idéias que se perdem por aí. Não se deixe levar pelos comerciais da TV. Eles tentam nos acalmar, nos deixar mansos, para que ninguém vá à rua e diga que está errado, que não é assim, que existem outras formas de se comunicar.

Estamos aqui, hoje, no centro de João Pessoa, para pautar uma reflexão sobre como a sociedade pode (e deve) discutir, repensar e fazer a comunicação. Não se trata apenas de consumo, comunicação se constroe. De preferência, com mais ética, menos manipulação. Uma comunicação comprometida com o social.

E francamente... nada disso a gente vê por aqui!

IV Semana Pela Democratização da Comunicação
21 de outubro de 2009
João Pessoa,
Parahyba

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sabe o que eu queria?




Queria que amanhã fosse feriado, que o dia fosse ensolarado e que o mar estivesse calmo.
Tomar uma água de coco, jogar bola com os amigos, andar de bicicleta.
Tomar sorvete de morango com calda de morango, pedaços de morango e crocante de morango.
Ouvir música o mais alto possível, rir até não poder mais.
Tocar violão, fazer um poema de amor...

Queria assistir um filme, ler um livro, não fazer nada.
Esquecer meu relógio, sair sem rumo, cumprimentar as pessoas que eu não conheço na rua.
Esquecer que já fui triste...
Brincar com meus gatos, tirar muitas fotos, sorrir sem razão.
Cantar minha música favorita...

Queria dançar uma ciranda, deitar na areia..
Olhar as estrelas, admirar a lua, sentir o cheiro das rosas...
Abraçar minha mãe, beijar meu amor
Queria a simplicidade das coisas...
Queria isso amanhã...

domingo, 18 de outubro de 2009

Considerações sobre os sentimentos

Tenho dúvidas sobre como agir na situação que me encontro.

Ainda estou apaixonada e simplesmente não quero, não deixo outras pessoas entrarem na minha vida de forma que me façam perder o controle da situação de novo, ou seja, ao mínimo sinal de perigo de gostar de alguém, trato logo de afastar a pessoa. Não precisa nem ser o gostar (nutrir algum sentimento mais profundo) de verdade, basta eu notar que estou me apegando a pessoa e trato de não fazer mais isso. E tudo isso por quê? Medo.

Mas não foi sobre esse medo que eu vim falar, e não me importo de estar agindo dessa maneira, vim falar sobre o fato de eu não procurar alguém. Ok, o relacionamento acabou e agora é procurar uma pessoa para ocupar o lugar. Não, não é bem assim... O relacionamento acabou, o sentimento não. Não posso me obrigar a estar com alguém e fingir ser feliz se não tenho quem eu amo ao meu lado. Não posso me obrigar a viver de mentiras e a procurar em outros corpos, em outros beijos, outros gestos, coisas que somente uma pessoa pode me dar.

Talvez digam apenas que não estou pronta para "superar" isso. Superar... eu realmente não quero superar, não quero ficar com alguém só por ficar, não quero ser somente uma parte de mim ali, não posso me entregar para alguém pensando em outra pessoa, não quero ser cautelosa, se for pra ser então que seja, que seja por inteiro e não pela metade. Quero me jogar de cabeça, sentir por completo e isso só consigo com um alguém especial, não é qualquer um, é a pessoa.

Não sei bem como concluir... Só estou cansada de ver em todos os lugares, em todas as pessoas que eu conheço, certas atitudes que querem que eu faça também, porque é o normal a se fazer. Estou cansada de ter como exemplos de "superação" pessoas e mais pessoas interessadas apenas em sensações (não chegam nem a sentimentos) que podem nutrir por quem quer que seja. Não há alguém especial... Existe o momento, a experiência e pode ser qualquer um, e amanhã outro, e depois outro, e outro...

Sinceramente, não entendo porque me criticam ainda por pensar, por tentar, por amar... Para mim é diferente, não estou nem aí para essas baboseiras de "Curtir", "ficar" não acredito que isso seja se divertir. Diversão a todo custo, muitas vezes o custo é a felicidade do outro.

Amo mesmo, e quando amo é de verdade, e creio de que quem está ao meu lado é com quem quero ficar o resto da minha vida. Odeio pensar no "Eterno enquanto dure" pode durar para sempre, porque o amor é capaz de se reinventar todos os dias... E vou continuar amando somente uma pessoa, para sempre, que seja tudo, que eu saiba que é o meu alguém e não apenas alguém qualquer.

sábado, 17 de outubro de 2009

Última vez

Beijei seus olhos na inútil tentativa de fazer com que me visse
Toquei suas mãos numa súplica silenciosa para que ficasse
Dos olhos verteram dores lacrimosas involuntárias, brotadas das férteis lembranças de áureos tempos.
A boca pronunciou risos,
Os lábios riram palavras falsas, inconformadas, incompreendidas e desconfortáveis.

De seu perfume ficou apenas minhas narinas
De seus olhos ficaram apenas minhas lágrimas
De sua pele ficou apenas o ar, que mal respiro, que não toco
De sua boca ficou apenas minhas palavras
De sua presença ficou apenas o meu nada.

M.D.
17 de outubro de 2009
22:00

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Alimentação saudável: Minha vida X meu bolso


Fugindo um pouco do tema amor, estou tentando deixar o coração de lado um pouco, já tenho o deixado de lado em certos aspectos como: não me exercitar e comer qualquer porcaria que aparece, além é claro das Emoções fortes, vim falar de coisas mais palpáveis (e põe palpáveis nisso), como é o caso dos pneuzinhos que vem surgindo ultimamente, do segundo queixo que quer aparecer quando está escrito que cada ser humano ou não deve ter apenas um. Vim falar sobre um pouco abaixo do coração, ali entre o baço e o intestino? Nunca fui boa em anatomia...


Alimentação saudável!!!! Vi hoje de manhã enquanto engolia apenas um pão e café (pela falta de tempo e disposição para fazer algo melhor) uma reportagem sobre a obesidade nos bairros de classe baixa dos Estados Unidos. Ok, e a seca no nordeste? e sobre a desnutrição? Não, mais importante é a obesidade nos Cafundós do Judas. Mas então... Mostrou os fast foods, a quantidade de calorias ingeridas e todos os problemas enrolados em aroma artificial e gordura trans...

Como uma jovem de 21 anos (quase 22) tenho que cuidar da minha lata, senão fica toda amassada e não tem lanterneira que concerte. Tomei algumas decisões no início do período (tem que ser início de alguma coisa, pode ser o início do ano, do período ou somente da semana) como fazer algum esporte, parar de tomar coca-cola e passar a comer coisas mais saudáveis.

Pensei que tiraria de letra, afinal eu sempre quis praticar natação (aprender a nadar), eu amo coca-cola, mas teria que ter algum sacrifício real e faz mal de verdade e eu adoro saladas, frutas e todo tipo de coisas naturebas e vegetarianas (adoro carne e sempre adorarei, só pra constar, mas não é uma exclusividade).

Então, plano traçado, hora de por em prática. A natação como educação física era no horário do estágio, foi a primeira coisa que eu desisti. Não dá para tomar água com tudo, a coca-cola mata meu fígado e o suco mata meu bolso ¬¬. Sanduíches naturais são pequenos e caros, também não gosto dos outros, prefiro fazer minha própria comida, mas quando não tem jeito não dá pra optar pela mais saudável. Porque o que conta não é a quantidade de calorias, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, gorduras monoinsaturadas, gorduras poliinsaturadas, colesterol e etc. que um produto possui, mas a quantidade de valor monetário que vamos ter que nos desfazer.

Em último caso, há coisas saudáveis que podemos associar com esses alimentos não saudáveis, falta de exercícios e o exagero nos refrigerantes como: o bumbum vai ficar parecendo uma linda laranja, o rosto com um jeito de maracujá murcho, os dentes da cor de milho, uma cinturinha de melão, peito pêra, (pera cintura) e outros exemplos que esqueci agora.

Alimentação saudável é mais dificil do que eu imaginava... Ou me mato aos poucos comendo essas porcarias, ou mato meu bolso depositando todo o meu salário em comida, ou morro de fome...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sonho


Esta noite sonhei com você, eu estava tão cansada, nem deitei para dormir, simplesmente desmaiei na cama. Não lembro o que passava na TV, nem de ter programado o celular para me acordar esta manhã. Não lembro se liguei o ventilador (fazia muito calor), não lembro em que posição dormi

Só lembro que senti seu corpo ao lado do meu (por certo eu já deveria estar dormindo). Então te abracei, nos acomodei da forma mais confortável. Não houve beijos ou carícias, houve apenas o abraço e a sensação de querer te proteger (sendo que eu quem preciso ser protegida).

Deitei ao seu lado, pus meu braço sobre o seu, te trouxe mais para perto de mim. Eu te amei, ali em silêncio e imóvel. Sem dizer ou fazer nada. Eu te amei. Sentia-me acolhida. Era quase fraternal. Só queria ficar perto e te defender. Só queria te proteger. Só queria você ali do meu lado, ao meu alcance para que eu não deixasse nada de mal acontecer.

Então acordei sozinha, não sei onde ou como você está, se precisa de mim ou já me esqueceu. Acordei querendo voltar a dormir, acordei e quis te encontrar, quis te proteger, porque eu já fui anjo e hoje não sei mais quem sou eu...

14 de outubro de 2009
Mais ou menos 20h
M.D.

domingo, 11 de outubro de 2009

Confusões sobre sentimentos certos por motivos errados

Senti um calor súbito nas minhas faces

O sangue a percorrer todo o meu rosto
Os lábios secos e pulsando
Pulsando, queimando, querendo sair do rosto.
As mãos trêmulas mal sabiam onde pousar
O coração acelerado...
Era tudo o que eu sentia
Era tudo e eu sentia
Sentia os pés fora do chão
E uma leve brisa a contrastar com minha pele em chamas.
O cheiro de incenso forte, em toda parte
Meus olhos enchiam de lágrimas
A temperatura aumentava ainda mais
Quase dava para sentir as gotas evaporando ao tentar percorrer meu rosto
Senti o gosto salgado umedecendo meus lábios
Tentei respirar e não lembrava como
Tentei me mover, sair do estado de quase coma em que parecia ter entrado.
Não encontrava forças para mais nada
Não sabia se era eu ali
Não conseguia raciocinar, não sabia o que escrever
Não sabia o que fazer
Entreguei-me então, deixei-me sentir.
Chorei, tentei sorrir
Esperei a temperatura baixar, o calor me calar
As sensações eram tão irreais
Esperei acordar
Tentei dormir...

sábado, 10 de outubro de 2009

Alquimista


Sou apenas uma alquimista tentando transformar Ouro em Chumbo.

Sou uma alquimista na contra-mão.
O avesso do que todos os outros alquimistas são.

Eu já tenho Ouro, que irradia uma luz que me cega e não me guia
Já tenho preciosidades.
Ouro que não é meu, precioso metal que tanto não quero.
Que não tenho, que não mais espero, mas que tanto preciso.

Mais uma vez me ponho questionando o valor da tal pedra filosofal
Olho ao redor e vejo que não tenho mais magia
Não posso desfazer o que foi transformado no fogo e na luz da minha alma
Não posso fazer o Ouro voltar a ser Chumbo

Sou uma alquimista tentando me transformar...
Sou uma alquimista tentando transformar a luz do sol em uma lâmpada
O asfalto em calçada
O amor em nada.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Palavras Nº não sei quanto


Não sei mais escrever,

Não sei mais se escrevo o que quero ou o que me leem
Não sei mais o que as palavras querem dizer
Não sei...

O que deve ser dito quando as palavras não querem calar, mas não podem significar o que querem dizer?
O que deve acontecer para que as palavras voltem a ser elas mesmas?
Os fatos não mudam as palavras, mudam seus significados, omitem algumas, expõem outras.
As palavras não são as mesmas.
São pesadas, medidas, pensadas e repensadas, e mesmo assim ainda saem muitas vezes, de qualquer forma.

As palavras, às vezes, não saem, ficam presas na garganta, imploram por alguém que as escute, alguém que as entenda, mas elas não saem, se prendem a si mesmas, unem-se formando um nó e ali ficam, tirando o ar e a razão.

Não sei mais escrever
As palavras não me entendem mais, não me explicam
Não me expõem, não me ajudam
Minhas palavras agora são somente minhas
E ainda não sei fazê-las minhas apenas.